Vento controverso

Sabe quando a tarde, o dia escurece?

Você imagina que a chuva vai ser muito forte.

Raios, trovões, ventania, medo...

Fecha a porta, as janelas, cobre os espelhos,

tira as roupas do varal, desliga tudo da tomada;

Espera chegar o temporal, e nada;

O dia clareia novamente, nada de chuva,

nada de vento, nada.

Não é pau, nem pedra, 

Nem o fim do caminho, calma. 

É o morro dos ventos uivantes.

Prometia ser o olho do furacão, 

mas foi brisa de verão.

Seria vento forte,

Não, foi vento forte!

Agora é brisa de ventilador por fora,

mas dentro, ventos de 100km/h

daqueles que falam na meteorologia...

Era vento frio, foi aliás, por meses,

agora se mostra ar quente, 

de quando se abre a panela e queima;

Ar quente de banho quentinho 

em dias de frio;

Ar frio após o banho quente,

em dias de calor, 

que pode ser bom ou ruim,

depende do ponto de vista.

Era pra ser daqueles ventos,

que leva telhados;

Daqueles que empurra as pessoas na rua; 

Deveria fazer minha janela 

assobiar na madrugada, 

e me deixar sem dormir;

pois teria que levantar 

pra fecha-la melhor.

Pelo menos foi isso que a brisa me cochichou no ouvido, quando virei a esquerda e bateu o vento forte.

Me preparei pro vendaval

que viraria meu guarda-chuva ao contrário...

Recebi um vento acalanto, 

que me refrescou do calor.

Um ar quente de sauna,

que me esquenta e faz suar.

Um vento frio de dias de inverno,

que faz meus dedos congelarem.

Me preparei pro Apocalipse, 

fiz um bunker blindado embaixo da terra,

imaginando que lá fora, 

o mundo teria acabado.

Daí vi que me preparei, 

me blindei e percebi...

Nada mais me assusta.

O vento é forte, as vezes 

a brisa é leve as vezes,

o temporal destrói as vezes...