Acaso
Maio/Junho de 2020
Pode ser tarde,
mas já acontece o caso,
e foi do nada, por acaso.
Um fato sem combinação.
Um caso cheio de atração.
Um pecado sem consideração.
Um acaso, caso seja em comunhão.
Se acaso acontecer,
do jeito que tem seguido,
da forma que venho sorrindo...
Seus olhos me vendo indo.
Meus olhos te vêem vindo.
Seu olhar métrico medindo.
Seu jeito desejando aquilo.
Se acaso for perdurar,
se na verdade for ficar,
se for me esperar...
Que não seja dentro da perfeição.
Com agenda, horário e localização.
Me chame do nada, sem encontro marcado,
sem histórico, num amor improvisado.
Gosto do acaso,
das dificuldades que nele jas,
do calor que faz lá trás...
Do embaçar de dentro,
do medo de quando vem alguém,
da sujeira a que somos reféns...
A falta de harmonia que me faz bem.
Sou o cara do acaso,
que as vezes perde o embalo,
que desiste quando tudo fica bom,
que as vezes te diz não,
e não quer preocupação.
Improvisar: Esse é meu dom.
Sou o acaso,
sou a personificação...

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