O cara dos primeiros encontros

Uma vez disseram isso sobre mim. 
Foi o que ela deduziu após suas sessões com psicólogo (eu acho). 
Acabei me convencendo de que ela tinha razão.
Mas eu deveria mesmo me convencer disso?

Pois bem, nunca esqueci, desde que ela me disse venho pensando.
Conheci outras pessoas depois dela e fui o mesmo.
Da mesma forma que fui com ela:
Elogiava, abria a porta do carro, admirava ela, saíamos... 

Escutava suas queixas do trabalho, ouvia as músicas que não gostava, via filmes que não curtia.
Mas sem mentir, dizia quando não estava gostando.
Levei café na cama, almoço, janta, comprei presente no aniversário.
Chegava no encontro levando chocolate, passei a senha do Netflix.

Deixava ela mexer no meu celular sempre que queria.
Fazia massagem, brigava as vezes, buscava no ponto e dava toda atenção. 
Fiz da mesma forma que antes, em vários encontros.
Fiz o melhor que pude todas as vezes.

Mas mesmo fazendo tudo isso, algumas vezes não tive dinheiro e não pude sair para ve-la.
Outras vezes tive que ficar com minha filha, então sugeri que ela viesse no dia seguinte.
Fiquei sem gasolina, então não pude levá-la em casa.
Entre outras coisas que ocorreram que me impediram de ser como nos outros encontros.

Infelizmente, mais um relacionamento não deu certo e me deixou com as dúvidas:
Ser um cara dos primeiros encontros é ser perfeito em todos como no primeiro?
E quando eu não tiver dinheiro, gasolina, tempo e não puder?
Me torno um cara mal por isso?

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